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21/11/2006


Segue a baixo a crítica do filme Casa de Areia feita pelo meu grande amigo e cineasta, Valter Bruno, mas conhecido como Gate. Esse será o primero post de uma série de críticas escritas por ele para uma matéria do curso de cinema. Como o cara não tem onde publciar esse material, estou cedendo o espaço, afinal, esse blog é um espaço aberto.

Casa de Areia


Andrucha Waddington realmente acertou a mão ao realizar o belíssimo filme Casa de Areia. Procedente da versátil produtora Conspiração Filmes, Waddington já havia alcançado reconhecimento e êxito de publico no Brasil e em outros países, como Inglaterra, França e Alemanha, com o filme Eu, Tu, Eles. O tempo dirá se Casa de Areia trará o mesmo retorno financeiro que a saga de Regina Casé e seus três maridos, mas é certo que o trabalho do diretor amadureceu visivelmente.
A Conspiração sofre de um certo receio por parte da vertente intelectual do meio cinematográfico brasileiro, talvez por ser comandada por profissionais oriundos do mercado publicitário, talvez por assumir uma estética mais pop e estilosa em seus filmes, ou talvez por pensar em cinema não apenas como arte, mas também como mercado. No seu portfólio, constam filmes como Gêmeas e Eu, Tu Eles (ambos de Waddington), Surf Adventures (de Arthur Fontes), O Homem do Ano (de José Henrique Fonseca), Casseta & Planeta- A Taça do Mundo é Nossa (de Luis Buarque de Holanda) e do recente Redentor (de Cláudio Torres). São filmes absolutamente diferentes em sua temática e proposta, mas a cada produção que se concretiza, a Conspiração marca mais um ponto em favor de um cinema nacional mais competitivo e atraente para o grande público.
A diferença de Casa de Areia é que este filme, apesar do magnífico visual, não foi realizado para qualquer um assistir. A natureza monótona de sua narrativa pode causar estranhamento no espectador, à primeira vista, mas na medida em que nos envolvemos com o drama das protagonistas, o tempo flui de tal maneira que as elipses de passagem de tempo ocorrem de forma muito natural.
Em 1910 chegam ao Maranhão um grupo de pessoas que partiram de sua terra em busca de melhores condições de vida. Seu destino acabou se revelando um pedaço inóspito de nada, um vazio rodeado de areia e castigado pelo sol. Áurea (Fernanda Torres), e sua mãe, interpretada por Fernanda Montenegro, tentam, em vão, convencer Vasco, o chefe da família a partir de volta para a terra deles. No fim das contas, sobram apenas as duas mulheres e as dunas de areia.
A escolha dos lençóis maranhenses como locação, por sinal, foi muito feliz. O uso de grandes planos-gerais, apenas ressaltam a grandiosidade do ambiente em contraste com a pequenez da ser-humano diante da força da natureza. Ao longo de todo o filme, o casebre que seve de abrigo para as duas mulheres está sob risco de soterramento ou até mesmo inundação.
Em contra-ponto às grandes tomadas externas, temos o hábil de câmera na mão e o uso de planos-detalhes em diversas cenas ao longo do filme. Ações intimistas como uma cena de sexo em que a câmera percorre parte do corpo dos atores em detalhe ou um diálogo entre mão e filha em que o plano e contra-plano se dá em super-close ganham um caráter mais particular e introspectivo. O diálogos, por sinal, nem sempre se faz necessário, já que por vezes apenas uma troca de olhares entre mãe e filha se mostra suficiente para resolver a cena.
O trabalho de Fernanda, ambas, a Torres e a Montenegro, talvez seja o ponto mais alto de Casa de Areia. O entrosamento e química naturais demonstrados na tela, afinal, são mãe e filha na vida real, contribui para realçar a atuação desatas que, sem dúvidas, são duas das melhores atrizes brasileiras. Outro fator que agrega muito valor ao trabalho das atrizes é que, por conta de uma narrativa que cobre um longo percurso de tempo, as atrizes interpretam mais de um papel: Fernanda Montenegro começa como a mãe de Áurea, passa a ser a própria Áurea, e,por fim, se torna Maria; enquanto Fernanda Torres começa como Áurea e se torna Maria em sua juventude. Destaca-se então o primoroso trabalho de direção de arte, notadamente preocupada com a verossimilhança de uma maquiagem que retrate nas feições das mulheres as agruras da pobreza e mal-trato. Ponto positivo também para o cuidado ao transpor a personagem Maria para idades diferentes. Não há como confundir o espectador pelo simples fato de haver um pequeno sinal no canto da boca da atriz-mirim que interpreta Maria na infância, e que foi recolocada no rosto de Fernada Torres e Montenegro em suas respectivas passagens como Maria.
A banda sonora também se mostra um fator importante da narrativa. Importante em aspectos mais do que formais. O espectador irá notar a ausência de uma trilha incidental, que dará lugar a um constante ruído de vento e areia. E não estranhará, porque contribui decisivamente para dar o clima do filme, e a sensação de que não há mais nada no mundo a não ser dunas de areia se volta para nós, espectadores. Então, a trilha ultrapassa a forma e entra no conteúdo, tornando-se parte da diegese do filme em duas cenas. Na primeira, Áurea chora ao ouvir uma canção executada por um cientista instalado numa base, e na segunda, ela ouve uma música trazida por sua filha para satisfazer um desejo, talvez o último desejo de uma velha, de apreciar uma canção. Ouvir música era o que mais fazia falta à Áurea, e a forma de reencontro e homenagem de Maria para sua mãe.
Há ainda a participação dos atores Stênio Garcia (que já participara de outros filmes da Conspiração, Eu, Tu, Eles e Redentor), os músicos Seu Jorge e Luis Melodia e o diretor de Os Fuzis, Ruy Guerra. Destaque para o personagem Massur, uma ótima interpretação de Seu Jorge. E embora o filme adote uma perspectiva feminina (assim como Eu, tu, Eles), cada um desses homens terá influência direta no destino das mulheres.
Casa de Areia é um filme belo e sensível, que consegue retratar um verdadeiro conflito de gerações, através de três gerações, com apenas duas atrizes. Que faz deste conflito muito íntimo e isolado, algo também muito universal. Que traz um diálogo quase surreal e alheio à sua história, mas que resume com simplicidade a premissa dramática do filme. Em certo ponto, Áurea conhece um militar que escolta um grupo de cientistas em pesquisa nos Lençóis. Ele explica dois conceitos fundamentais da Teoria da Relatividade de Einstein. O primeiro trata da propriedade da luz de fazer uma curva ante um espaço denso o suficiente para mudar sua trajetória, o segundo fala de como um casal de gêmeos separados podem sofrer alterações no curso natural de envelhecimento se um deles for submetido a uma viagem espacial por um determinado tempo a certa velocidade. Os cientistas exaltaram a vitória da comprovação de uma teoria que mudaria a história do planeta, mas para nós, espectadores, fica a sensação de que é mais fácil o homem viajar a velocidade da luz do que Áurea realizar seu desejo de chegar na capital. É quase uma ironia esse contraste da vida moderna com o modo de vida quase tribal de Áurea e sua família. Por isso fica a pergunta: do que importa toda a tecnologia do planeta, o homem pisar na lua, o gêmeo voltar mais moço de sua viagem no foguete, quando todo o horizonte de uma mulher não passa de dunas de areia?


11/11/2006




Essa belezura aí em cima é o A1. Aeronave subsônico de ataque ao solo desenvolvido pelo consórcio Embraer, Aermacchi e Alenia, que é considerado um dos melhores da sua categoria.

Esta imagem faz parte do conteúdo do novo site da Força Aérea Brasileira, com informações sobre todas as aeronaves, os esquadrões que a operam, um histórico, animações, fotos vídeos e arquivos para simuladores de vôo.

Clique na imagem e acesse o site. Vamos prestigiar os nossos Top Gun.

09/11/2006


Com o advento da fotografia digital, muitos profissionais que estavam acostumados a fotografar com filme em estúdio têm encontrado problemas para estabelecer a sensibilidade das suas digitais Nikon e Canon de fotografia still, ou SONY PD150, DSR 300, e afins, de vídeo profissional.

Uma maneira bem prática de fazer isso é pegar um fotômetro spot meter - pode ser o Sekonic L508 -,


uma cartela de cinza 18%,


que pode ser encontrada na Quanta, um refletor de luz continua e um difusor - pode ser papel vegetal, Rosco 3010, filó, seda...

Entre num estúdio, ou em um quarto que não sofra a influênica de luz externa. Ligue o seu refletor com a difusão - caso não haja difusor, pode rebater o refletor em uma superfíce branca. Monte o refletor de um jeito que a luz incida a na cartela de acordo com a figura abaixo.

Estabelaça uma sensibilidade padrão e um valor para o obturador. Pode ser ISO 100 e 1/125. Meça a luz na cartela como fotômetro de luz incidente.

Anote o resultado. Feito isso, vá para uma distância pré estabelecida e fotometre com o spot meter. Peça ao seu assisitente, irmão menor ou namorada(o) para mexer na cartela até o valor do diafragma coincidir com o que foi medido anteriormente.

Mantenha a cartela na mesma posição e fotometre com a sua câmera.

Regule Iris, diafragma e sensibilidade até os valores coincidirem com os do fotômetro. Voilá!.
Obs.: Quando for fotometrar com a câmera, faça-o da mesma posição, altura e angulo, em relação à cartela, que fotometrou. Enquadre toda a cartela, sem deixar espçaos vazios nos lados.