• Links
• Rondexter.com
• Cinematography.net
• Cinematography.com
• American Society of
  Cinematography
• Fabio Barreira
• Kaka
• Valter Bruno
• Histórias Massa
• Alexandre Beanes
• PutaMadreCabron
• Rodolfo Filho
• Marv Wolfman
 
• Arquivos

 

Powered by Blogger

28/03/2004






Spotmeter – fotômetro para luz refletida

A luz refletida difere da incidente pois ela é absorvida pelos objetos e, quando refletida para as lentes, a faz com um índice menor. Essa diferença no índice de reflectância pode causar perda de detalhes quando fotografamos um gato preto ao lado de um pombo, um dos dois pode sair exposto de forma errada.
Para evitar este tipo de erro, é aconselhável que o fotógrafo realize a medição com um fotômetro de luz incidente e depois realize outra medição com um fotômetro de luz refletida.
A medição da luz refletida irá auxiliar o fotógrafo a saber quanto de detalhe se terá impresso na película. Existe uma tabela - para que se possa ter uma comparação dos índices de exposição – chamada de sistema de zonas

A maioria das películas registram esse intervalo – 9 zonas - de contraste, o olho humano enxerga um pouco mais, cerca de 13 zonas, por isso que não se fotografa no “olhometro”, se você o fizer, com certeza algo ficará escuro ou “estourado”.
A forma mais segura de se medir a luz refletida e se estabelecer a variação de brilho é - depois de se ajustar a relação de contraste com o seu fotômetro de luz incidente - realizar a leitura com um spotmeter em um cartão de 18% de cinza e a partir daí corrigir o que estiver fora das nove zonas.
Não posso deixar de lembrar que, ao se fotografar com uma peícula que não se conhece, o fotógrafo deve realizar um teste de exposição pra poder entender o seu filme e não ficar maluco quando a filmagem/foto for pra valer.

22/03/2004







Love Actually

Ao terminar de assistir esse filme eu voltei a acreditar que se pode fazer cinema sem cachês astronômicos e efeitos de computação gráfica.

Quando eu vi o trailer e o poster desse filme, fiquei intrigado com a quantidade de atores bons. Esse é um dos trunfos do filme, com bons atores você só precisa de um bom roteiro. A produção não depende de oitenta milhões de dólares nem de um novo efeito, ou até mesmo de uma cena de nudez de uma modelo gostosona pra arrastar uma multidão para as salas.

Love Actually tem nudez de uma gostosona, só que é abordado de uma forma tão normal que você nem presta atenção. Tem também o imbecil do Hugh Grant, com a cara de inglês comum que só ele tem, e Liam Neeson que nos privilegia com os melhores momentos ao interpretar um padrasto de um guri que está apaixonado. Muito bom mesmo. Ah, dizem que Rodrigo Santoro é ator neste filme, eu tenho as minhas dúvidas.

Sem falar em totieros, atuações ou fotografias, o filme vale a pena por retratar uma Londres da mesma forma que Woody Allen retrata a Nova York dele, cheia de bucolismo e extremamente colorida. Nada de cinzas que remetam à frieza britânica.

O diretor, produtor e roteirista está com a mão bem dosada, mesmo para um trabalho de estréia. A única restrição que eu tenho é que como há vários personagens e o filme não tem três horas, às vezes alguns deles ficam muito tempo sem aparecer, ou não tem o desfecho à altura dos outros, mas não é nada que estrague a magia.

Quem gosta de um filme leve e pra cima não deve perder.


21/03/2004




Fotômetros e medições




Este é o Spectra-Cine, o fotômetro predileto de quatro entre cinco fotógrafos de Hollywood. Ah, não sabe o que é um fotômetro? Tudo bem, eu explico.

A arte de se fotografar não está no status que a câmera mais moderna te oferece, ou mesmo no formato, digital ou película. Saber fotografar é saber construir uma luz bonita, que agrade aos olhos e sirva pra mostrar o assunto fotografado com os contrastes, brilhos e sombras corretos. Para se conseguir isso você deve usar um fotômetro, que vai te dizer como o filme irá enxergar a cena.

O fotômetro é o melhor amigo do fotógrafo a função dele é medir a quantidade de luz que incide num objeto pra você determinar a sua exposição. Todo fotógrafo usa um, seja ele na câmera ou de mão. O primeiro é prático e rápido, já os últimos, estes são mais complicados e exigem um pouco mais de técnica e, portanto, uma imagem com um resultado mais controlado.

Os fotômetros embutidos nas câmeras fotográficas medem a luz que é refletida, ou seja, tiram uma média de toda a luz da cena, com isso eles podem errar deixando algumas imagens mais brilhantes ou mais escuras.

Os fotômetros de mão medem a que incide no objeto, para usá-lo é necessário medir a luz de toda a cena e de todos os objetos que estão em quadro. Onde houver luz incidindo você “deve” bater o fotômetro, que atribuirá um valor que deverá ser anotado pra comparação. Abaixo está uma foto em que se pode ver qual o valor de exposição em f/stop de cada are de luminância.




O filme é o Kodak Vision 500T – 7279. Ao se regular o fotômetro você põe a sensibilidade do filme, neste caso ISO 500, a velocidade de obturação e, se você estiver trabalhando com câmeras de cinema, a taxa de frames por segundo. O fotômetro vai te dar o valor e você pode calcular a relação de contraste entre uma área mais iluminada e a mais escura. Veja que abertura que ele regulou a câmera foi T = 4.0 e que o lado esquerdo do rosto do modelo está quase um ponto e meio mais escuro e a parte de trás do cabelo está dois stops a mais.

Provavelmente, se esta medida fosse feita com um fotômetro da câmera ela iria ficar escura, pois a câmera diria que há muita luz, nós não seríamos capazes de discernir o rosto do modelo. Isso não quer dizer que a medição de luz com o fotômetro da câmera não sirva, mas é preciso tomar certos cuidados que serão explicados melhor em breve.

Ah sim, o que torna o Spectra-Cine o melhor equipamento da sua categoria são as funções pra fotografia, cinematografia, os três modos de medição, facilidade de manuseio e preço: cerca de 1200 reais. Vale ou não vale a pena?

20/03/2004




Up to dates

Essa foi uma semana complicada. Reuniões para marcar, projetos e orçamentos para serem elaborados, aulas e outras coisas. Tenho andado cansado, mal dormido – nem sempre – doente. A boa notícia é que, pelo menos, estou bem mais magro.

As coisas vão indo bem, ta pra acontecer uma coisa interessante e os projetos que eu venho trabalhando estão caminhando, devagar, mas melhor do que ficar parado.

Não pude elaborar nada muito didático pra publicar porque estive ocupado finalizando o projeto do curta para o prêmio Braskem – cem mil reais para produzir um curta de até vinte e seis minutos em 35mm. Piece of cake!
O orçamento foi trabalhoso, tive que baixar preços de equipe, diminuir quantidade de filme, - se nós ganharmos vamos rodar em 16mm e depois ampliar pra 35mm, tudo isso pela bagatela de R$ 60.000,00 – aprendi como organizar as coisas, mas ainda não sei como é que os produtores brasileiros conseguem fazer um longa com dois milhões de reais. É impossível, a grana simplesmente não dá.

Pra quem estiver curioso, basta dizer que o filme será rodado, as ganhar o prêmio, em quinze dias. A firma que aluga o equipamento de iluminação me deu 60% de desconto e o valor ficou em R$ 15.660,00. Achou caro? Bem, pra você concorrer é necessária a apresentação de um orçamento resumido, incluindo equipe técnica. A minha equipe técnica custaria muito pouco. Vários membros trabalhariam de graça, ou por um cachê bem irrisório, no entanto, eu tive que orçar uma equipe reduzida e com um desconto menor que irá me custar mais 15 mil.

Ok, equipe, equipamento de luz tudo isso é caro, mas duas coisas me surpreenderam.
Pra início de conversa, não é tão caro você fazer um filme em 16 mm e finalizar em vídeo. No meu orçamento, cem minutos de película com sua respectiva revelação e telecinagem custa a bagatela de R$ 8.195,00. Dá pra assumir esse custo pra se fazer um bom trabalho se você quer fazer um vídeo clip ou começar a trabalhar em película, só que sua cópia final fica ou em vídeo ou em DVD.
A complicação vem quando você pretende finalizar o filme em uma cópia de 35mm, pra ser exibido nos cinemas e poder ser enviado a festivais. Pra se fazer isso se gasta em torno de R$ 43.000,00.

Resumindo, o edital do concurso diz que vai dar cem mil, mas você tem que fazer milagre pra poder o dinheiro dar. É, fazer cinema não é só ser artista é preciso uma boa dose de administração e cuidado. O orçamento final ficou em R$ 98.911,89.


07/03/2004








Filtros para fotografia

Todo fotógrafo tem sempre duas taras: fotografar mulher pelada e comprar um monte de filtros pra poder encher a sacola e se achar mais fotógrafo. As duas coisas são muito complicadas, vamos deixar a primeira pra depois e nos concentrar nos filtros.

Filtros para fotografia são pedaços de vidro ou cristal que se põe na frente da lente e custam uma fortuna. Por custar uma fortuna deve-se saber muito bem quando e como e usar.

De nada adianta chegar numa loja de equipamentos fotográficos e pedir um filtro se você não sabe pra que vai usá-lo, mas acredite, tem gente que faz isso. Também não adianta gastar uma gana em um equipamento que vai mudar a característica da imagem se você não sabe como ela ficará sem ele, portanto, é preciso dominar a câmera, a luz do dia, as emulsões e o seu estilo, antes de tudo.

Basicamente os filtros se dividem em duas classes, os de efeito e os de correção e existem uma infinidade deles: filtro laranja em 1/1, ½, ¼; filtro vermelho, idem; filtro pra roubar luz; filtro pra roubar luz em degradée; filtro degradée colorido em todas as cores possíveis e imagináveis; filtro pra corrigir temperatura de cor; filtro pra dar ou tirar contraste.... ufa! Enfim, todo dia a indústria lança uma coisa nova.

De todos, os mais usados em fotografia “still” e “cinematografia” são os filtros para correção o “Polarizador”, o “Mist” ou “Fog”, o “ND”, e o “Warm Up”.


Filtros de correção

A luz é uma onda, como toda onda ela tem um comprimento. A luz que nós “enxergamos”, tem um intervalo de comprimento de 400 a 700 nanômetros. Cada intervalo do espectro tem uma cor dominante. Em 400nm a temperatura de cor da luz é de, mais ou menos, 5600 kelvin, essa é a temperatura de cor da luz do Sol ao meio dia, e sua tonalidade dominate é azulada – veja a cor do céu. Quando o Sol está se pondo, o comprimento da onda é de, aproximadamente 700nm, e sua temperatura de cor é de 3800 kelvin, aqui a cor dominante é o laranja.

Os filmes fotográficos são calibrados para 5600k, por isso que quando você fotografa ao pôr-do-sol ou sobre uma lâmpada incandescente a imagem fica alaranjada, quente. Para corrigi este (d)efeito você usa uma filtro de correção azul. Quando o filme for calibrado para 3800k você deve usar um filtro laranja. Ficou claro?!


Polarizador

Este filtro é usado para escurecer o azul do céu, tirar reflexos de vidros, água e acentuar os contrastes nas sombras.


Mist ou Fog

Este filtro cria um tipo de névoa na imagem, dando a ela uma espécie magia. O Mist é muito usado em filmes de época, fotografias de ballet e também pode ser usado para criar uma difusão na imagem e deixar a pele das modelos mais suaves.


ND

ND quer dizer Neutral Density – Densidade Neutra - esse aqui é o meu predileto. O ND é um filtro que não tem cor e serve única e exclusivamente pra “roubar” luz da lente.

Se você acha que tem muita luz e você não vai conseguir usar um diafragma pequeno pra poder desfocar o fundo, use um ND.


Warm Up

O warm up é um filtro laranja, muito usado nos dias nublados, quando tudo está cinza. Nessas ocasiões as luz fica muito azulada e as coisas perdem o contraste, tendendo para o cinza, o warm up esquenta literalmente a imagem. Dando uma tonalidade alaranjada e bonita.



Bom, isso não é um kit, apenas uma dica de como começar a explorar a complexidade deste universo de cristal. Quem tiver mais dúvidas pode mandar mensagens que eu vou respondendo.



Links úteis:
http://www.tiffen.com/Header_page_tiffen_filters.htm
http://store.yahoo.com/cinemasupplies/lensfilters.html




04/03/2004


Bom, estou voltando a escrever neste blog depois de um longo interlúdio. Eu poderia dizer que só estou voltando agora porque é quando o ano começa na Bahia, ou ainda porque estava sem tempo e o calor que é o meu quarto - calor é brincadeira, parece mais um inferno - não me deixa escrever, mas na a verdade é outra: não havia nada para ser dito.

Nos últimos meses não acontecceu muita coisa, fui pouco ao cinema, li quase nada, trabalhei menos ainda. Com o começo das atividades normais na terra de Caymi, as coisas começam a esquentar, a começar pela conclusão de Diálogos Recursivos - sim, finalmente o nós iremso terminar este curta - e o início de uma nova produção com Valter e Thiago.

Toti Rocha me convidou para exibir "O Murilnho" e "Pesadelo em Arkham" para as turmas de Linguagem Cinematógrafica e depois dar uma aula sobre direção de fotografia para cinema e vídeo, deste papo ainda surgiu uma possibilidade de algo bem legal.

Fora isso, aguardem a mudança de layout do blog e mantenham-se ligados, prometo que farei pelo menos uma atualização por semana.