
Batman Begins parte 1
por Valter Bruno
Antecipando a estréia do filme mais esperado da temporada, publico aqui as palavras do meu amigo Gate. A crítica será publicada em duas partes, uma agora, abordando todo o universo do morcego nos quadrinhos os filmes de Tim Burton (gênio) e Joel Schumacher (stupid-cocksucker) e a segunda, sobreo filme atual.
A Warner Bros é uma das maiores industrias produtora de filmes do mundo. É dona também da DC Comics, a maior editora de quadrinhos norte-americana ao lado da Marvel Comics. A DC publica, entre outros, personagens como Batman, Super-Homem e Mulher-Maravilha, três dos
maiores ídolos da cultura pop mundial do último século.
No portifólio destes heróis, existe uma gama considerável de histórias clássicas, como O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, A Piada Mortal de Alan Moore e O Reino do Amanhã de Mark Waid e Alex Ross. São histórias que aparentemente poderiam ser transpostas
literalmente para o cinema, e sendo assim, já se tornariam fortes candidatas a cult movie.
Em 1989, tem inicio a franquia Batman, sob o comando de Tim Burton. Dono de um estilo próprio, sua estética gótica, de contrastes em branco e preto, maquiagem carregada e cenários que parecem ter vindo diretamente da cabeça de Fritz Lang, Burton deu início de uma era
marcada por adaptações de hq´s. Gênero que foi absolutamente consolidado com o êxito comercial alcançado pela iniciativa da Marvel Comics em criar uma produtora voltada para a realização de filmes de super-heróis em parceria com grandes estúdios, como a Fox e a Sony
Pictures. Daí surgiram fenômenos como X-Men (Brian Synger, 2000) e Homem-Aranha (Sam Raimi, 2002).
Por uma fatalidade conhecida como Joel Schumacker, a franquia Batman foi abruptamente interrompida no 4º episódio, em 1998, quando o diretor insistiu em levar adiante sua obsessão (concebida três anos antes com Batman Eternamente) pelo visual e clima camp do infame seriado do Homem-Morcego da década de 60 (aquele com Adam West e Burt Ward). Desde então o mundo pensava que o Cavaleiro das Trevas havia finalmente tombado em uma derrota definitiva. Ledo engano. Heis que uma pequena luz ainda se fazia brilhar no canto mais escuro da
Bat-Caverna. E um sinal luminoso rasga novamente os céus de Gotham City.
Aparentemente o sucesso da editora concorrente abriu os olhos da Warner, que numa jogada arrojada, resolveu levar às telas os dois carros chefes de suas publicações, Batman e o ícone Super-Homem. Para dar nova vida ao Homem-Morcego, a Warner convocou o roteirista David
Goyer (da trilogia Blade), profissional do mercado norte-americano de hq´s (ele co-escreve o título Justice Socyet of América, da DC Comics), Goyer resolveu que a melhor forma de recuperar o prestígio do Batman nas telonas era apagar completamente da cronologia do herói
os demais filmes da série, e trazer tudo de volta as origens. Assim nasce Batman Begins, o filme que re-define o universo sombrio do Cavaleiro de Gotham nos cinemas, mostrando a origem do herói, quem ele é e como veio a se tornar o maior combatente do crime de todos tempos.
A história de Batman Begins é livremente inspirada em duas novelas gráficas, Batman – Ano 1, de Frank Miller (criador e co-diretor de Sin City, que chega às telas brasileiras ainda este ano)/David Mazzuchelli, e O Longo Dia das Bruxas, de Jeph Loeb/Tim Sale. Ambas retratam o início de carreira do Homem-Morcego e sua luta para limpar Gotham do crime organizado, da corrupção nos altos escalões da polícia e da decadência moral e inércia da sociedade.
Batman Begins começa no período anterior aos eventos de Batman -Ano 1, quando o jovem Bruce Wayne (Christian Bale), após o brutal assassinato de seus pais, parte numa jornada solitária ao redor do mundo em busca de conhecimento e propósito. Uma busca que o levou a compreender o funcionamento da mente criminosa, que lhe deu as habilidades necessárias para combater a injustiça, a determinação para atingir seus objetivos, mas que jamais lhe trouxe o único fator que nunca conseguiu encontrar, a paz de espírito. Após intensivo e árduo treinamento com seu mentor, o homem conhecido como Henri Ducard (Lian Neeson), Wayne volta para sua cidade apenas para encontrá-la numa situação de absoluta decadência, caos e a um passo do total colapso. Decide então tomar ás rédeas da justiça em suas próprias mãos, e conhecendo a natureza covarde dos criminosos adota um símbolo capaz de instigar pavor no coração dos mal-feitores. Começa então a jornada de Batman para re-erguer uma cidade sem esperança e garantir que o aconteceu com ele jamais se repita com qualquer outra pessoa.
Continua...