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17/11/2003




Digital X Filme

Ultimamente eu assisti a três filmes que foram produzidos com tecnologia digital, substituindo a película. Fiquei impressionado porque estou constatando que a toda poderosa Rede Globo está monopolizando o mercado cinematográfico e quase não produz do jeito antigo, com filmes, revelações e todo o trabalho que advém disso.

Tudo bem, você vai me dizer que a tecnologia digital é mais barata, mais rápida e não deixa nada a dever à antiga. As coisas não são bem assim.

Dos três filmes que eu assisti – Maria, Mãe do filho de Deus; Os Normais; Era uma vez no México – só um tinha uma boa qualidade de captação. Podem me chamar de chato, retrógrado ou qualquer cosia que quiserem, eu acho que ainda deixa a dever e explicoo porque.

Maria mãe do filho de Deus é uma merda. O roteiro é mal escrito e consegue acabar com a montagem, a escolha de Giovanna Antonelli e Lugi Baricelli não foi feliz, toda vez que eles aparecem em cena pinta um clima romântico. Nada contra, só que ela era pra ser mãe dele e tem a mesma idade, não cola.

A escolha da câmera Sony HDW F900 CineAlta 24p para a gravação foi bastante feliz, mas o fotógrafo comeu mosca. Na cena em que Jesus é levado a Herodes existem três planos com relações de contraste diferente, em um você tem o rosto do cara em penumbra e na outra, voila, uma quantidade muito menor de sombra. Culpa do digital que não lê muito bem no escuro.

OS Normais é bem legal, o filme é divertido, tem palavrão, sacanagem e tudo mais. A fotografia é muito boa, eles souberam tirar proveito do controle que a HD proporciona, o que me deixa meio confuso é que o filme tem pouquíssimas cenas exteriores em situações complicadas de luz. A tecnologia digital não é muito boa em registrar as altas luzes, elas sempre estouram e não dão definição, perdendo um pouco a nitidez nas extremidades dos atores que se encontram nesta situação de luz.

É exatamente isso que acontece em Era uma vez no México, Robert Rodriguez abusou um pouquinho disso e forçou os contrastes pra conseguir um efeito mais dramático, quase se deu mal. Pode ser que eu esteja errado ou só eu percebi isso, mas a realidade é que me incomodou muito.

A conclusão é que a tecnologia digital é boa para algumas coisas, quando é bem controlada. Espero que as empresas de tecnologia resolvam os pepinos e tornem o digital tão bom quanto o filme, enquanto isso eu prefiro a Kodak e a Fuji nas telonas.