Rogério Borges, meu editor na Gazeta, me dizia que uma pessoa estranhou quando ele disse que preferia estar no Iraque a aqui, eu concordo com ele.
Quando comecei a fotografar eu me surpreendia com as fotos de guerra, principalmente com as do desembarque na Normandia, sempre sonhei em cobrir uma guerra pra algum jornal ou revista ou então estar lá e poder registrar um pedaço importante da história. Certa vez eu disse isso a Peter Arnet.
Na minha opinião Peter Arnet é o maior correspondente de guerra vivo, mesmo ele sendo mais baixo do que eu. Eu preciso dizer que eu me emocionei quando apertei a mão do cara que ganhou o Pulitzer pela cobertura da Guerra do Vietnam, o cara é uma lenda viva do jornalismo internacional e estava ali na minha frente, conversando comigo como se fossemos velhos amigos e com uma simplicidade que inspira. Quando terminamos de conversar eu agradeci a atenção e dei as boas vindas à Bahia, ele agradeceu, apertou minha mão e me deu boa noite. Quando eu crescer quero ser como ele.