• Links
• Rondexter.com
• Cinematography.net
• Cinematography.com
• American Society of
  Cinematography
• Fabio Barreira
• Kaka
• Valter Bruno
• Histórias Massa
• Alexandre Beanes
• PutaMadreCabron
• Rodolfo Filho
• Marv Wolfman
 
• Arquivos

 

Powered by Blogger

23/03/2003


O longínquo 1980 – Escola Bem-Me-Quer

É isso aí, 1980. A década das cores berrantes, das malhas de ginástica fora das academias de ginástica, dos mullets, das Panteras e de tantas outras coisas bizarras.
Foi a minha primeira escola, a maioria dos fatos eu nem me lembro direito. Lembro bem da farda da escola que era um short amarelo e uma camiseta branca; lembro de Ter feito parte de um desfile ou parada; lembro que nessa época eu tinha uma fantasia do Capitão América; lembro de um dia que as professoras montaram um piscina de lona no fundo da escola e foi uma farra; e o mais importante, lembro de Ter conhecido um menina linda chamada Monique.
Se alguém tiver a audácia de me perguntar como ela era eu terei que ser franco, não lembro direito. Eu sei que ela era magrinha, tinha os cabelos lisos, não totalmente, meio ruivos (ou será que eram loiros?) e tinha o rosto cheio de sardas. Resumindo, ela era uma graça e rolava uma interação muito legal entre nós.
Toda vez que eu me lembro desta época me vem a imagem dela na minha cabeça. Quando tento lembrar fatos que aconteceram, como o banho de piscina na escola, a imagem que se forma na minha mente é bastante telúrica, cheia de tons alaranjados, luzes suaves e filtros “fog”. Parou aí, não consigo lembrar mais nada, nem uma frase, nem um fato, nada. Também é exigir demais.
Monique, dela eu lembro como se fosse ontem.

Ainda na década de 80 – Escola Girassol

Calma aí, eu nada tive a ver com as escolhas das escolas, minha mãe que deve ser fanática por escolas com nome de flor.
Não lembro quanto tempo eu estudei na Bem-Me-Quer, mas lembro muito bem quando me mudei pra Girassol.
A escola Girassol ficava em alguma rua tranqüila da Pituba. Era um casa bem legal, com um playground de areia, algumas salas de aula com uma bola pendurada numa corda tal qual um saco de areia de boxe e o mais legal: um campo de futebol com uma árvore no meio.
Quando eu estudei na Bem-Me-Quer eu me irmão gêmeo estudávamos na mesma sala, quando nos mudamos para a Girassol a coisa mudou. Não sei se foi por imposição da escola ou minha mãe que pediu, mas nós fomos para turmas diferentes. Além disso outra novidade, nós passamos a estudar de manhã.
O grande barato da Girassol era que depois do recreio todos os alunos tinham que lavar a mão para comer a “merenda”, o problema é que na minha sala o banheiro era dividido com a sala ao lado, pertencente à turma de meu irmão. Era um mangue! Um monte de menino gritando, em fila, alguns imundos outros nem tanto, esperando a hora de lavar as mãos.
Nesta época eu conheci Mariana, lindinha cabelos castanhos claros narizinho meio arribitado, uma graça. Não chegava aos pés de Monique mas me acompanhou como “namorada” até os dez anos.
Eu gostaria de deixar bem claro que eu sou um cara tímido. Certa vez eu e meus colegas estão brincando na frente da sala de aula, (não lembro se nós estávamos pulando corda um amarelinha, mas era algo assim). De repente alguém falou alguma coisa sobre paquera, Mariana virou pra mim e disse que eu era a paquera dela e. Peraí que peraí! Paquera, que nome mais ridículo! Mas só tem esse mesmo, uma criança de quatro anos não tem nem vocabulário pra se expressar de outra forma. Como dizia, ela disse na frente de todo mundo que tinha algo entre nós, o idiota aqui ficou com vergonha e não concordou – não tem paquera nenhuma – ela continuou dizendo que tinha. Meus caros, o melhor de tudo é que tinha mesmo. De vez em quando nós trocávamos uns beijinhos inocentes e completamente sem técnica.
Os anos foram passando, a escola mudou de endereço e se tronou uma das referências em ensino infantil e as coisas entre Mariana e eu só esfriavam. Ela foi ficando mais velha e amadurecendo, no bom sentido, e eu fui ficando cada vez mais tímido e retraído com o que se relacionava a mulheres, namoros e etc. Lembro que quando saí da Girassol em 1988 eu já não tinha mais nada com Mariana e ela não devia nem lembrar mais que eu existia e mesmo o banheiro da escola ser no estilo do escritório de Cage & Fish da série Ally McBeal (tudo bem, explico, era um banheiro unissex) nunca mais rolou nada mais quente entre nós. Que grandissíssimo filho-da-puta eu sou, é lógico que nunca iria rolar nada num banheiro de escoal entre duas crianças de dez anos. O fato é que Mariana marcou uma era mais acabou e o melhor de tudo, nesta época mágica da Girassol eu conheci pessoas fantásticas que são meus amigos até hoje, e algumas que eu passei dez anos sem ver e quando reencontrei foi maravilhoso. Nem preciso dizer que estou me referindo a duas mulheres, mas essa estória vocês irão ler depois.